sexta-feira, 6 de março de 2009

Modelos lineares / informativos:
Lasswell, Shannon, Weaver e Schramm, são os investigadores mais representativos da corrente que apresentam a comunicação como a transmissão de mensagens entre dois pólos. Lasswell considera que uma forma adequada para se descrever um acto de comunicação consiste em responder às seguintes questões:
É um esquema linear da comunicação de Lasswell, basicamente descritivo. Tem como finalidade estabelecer a análise dos actos comunicativos.
Este esquema baseia-se em três premissas consistentes:
É um processo assimétrico, com um emissor activo que produz o estímulo parar um público (receptores) passivo;
É um processo comunicativo intencional, tendo por objectivo obter um determinado efeito observável e susceptível de ser avaliado;
É um processo em que os papéis do emissor e do receptor surgam isolados, independentemente das relações sociais, culturais e situacionais em que se realiza o acto comunicativo.

Modelos cibernéticos / sistémicos:
O matemático Norbert Wiener desenvolveu o modelo cibernético nos inícios da década de 40. Considera como uma área interdisciplinar "que abrange todo o campo da teoria do controle e comunicação, na máquina ou no animal". Os conceitos de controle, regulação e feed-back da cibernética relaciona-se com a essência da teoria geral de sistemas.
Jean Cloutier (1975) é o autor mais representativo desta corrente comunicativa.
a sua popularidade é atingida através da sua obra "A Era de EMEREC";
o "homo communicans" situa-se alternadamente em cada um dos pólos de comunicação e, até mesmo, em ambos os pólos simultaneamente;
o processo de comunicação não é linear, mas concêntrico;
o seu ponto de partida é sempre o seu ponto de chegada;
o feed-back "não é um elemento acrescentado e supérfluo, mas inerente ao ciclo de informação";



As pesquisas sobre os mass-media originaram uma enorme diversidade de modelos comunicativos.
Existe oito "momentos" de investigação, como refere Wolf (1985):
- teoria hipodérmica;
- teoria ligada à abordagem empírico-experimental;
- teoria que deriva da pesquisa empírica de campo (ou dos efeitos limitados);
- teoria de base estrutural-funcionalista;
- teoria crítica dos mass-media;
- teoria culturológica;
- os "cultural studies";
- teorias comunicativas.
Destes "momentos" o mais relevante é a teoria culturológica pelas preocupações com a cultura de massas, distingindo assim:
os seus elementos antropológicos mais relevantes;
a relação entre o consumidor e o objecto do consumo.

Modelos psicológicos:
O modelo psicológico da comunicação analisa os mecanismos da interacção humana, dando relevo aos níveis de comunicação:
- intrapessoal (afectação ocorrida no próprio indivíduo);
- interpessoal (afectação mútua entre dois indivíduos);
- grupal




Nível intrapessoal:
Thayer (1979) menciona que dois indivíduos, quando intercomunicam, só se afectarão mutuamente na medida em que se levam em conta (em consideração). Esta afectação constitui o fenómeno básico da comunicação.
" Esse fenómeno básico só ocorre quando um sistema vivo leva em consideração alguma coisa. Essa alguma coisa pode ser algo que alguém fez ou disse, ou nem fez nem disse; pode ser um acontecimento observável, uma condição interna, o significado de alguma coisa lida ou observada, um sentimento entremeado com uma lembrança, etc. Em resumo: qualquer coisa que possa ser levada em consideração por seres humanos em geral e por aquele indivíduo em particular."

Nível interpessoal:
Os autores Watzlawck, Beaven & Jackson (1973) mencionam cinco axiomas da comunicação humana.
Os axiomas são as estruturas básicas que regulam todo o processo de comunicação.
Os cinco axiomas da comunicação são:
1. Não se pode não comunicar;
2. Toda a comunicação tem um aspecto de conteúdo e um aspecto de relação, de tal modo que o segundo classifica o primeiro e é, portanto, uma metacomunicação;
3. A natureza de uma relação está na contingência da pontuação das sequências comunicativas entre os comunicantes;
4. Os seres humanos comunicam digital e analogicamente. A linguagem digital tem uma sintaxe lógica sumsmente complexa e poderosa, mas carente de adequada semântica, ao passo que a linguagem analógica possui a semântica, mas não tem uma sintaxe adequada para a definição não - ambígua da natureza das relações;
5. Todas as permutas comunicacionais ou são simétricas ou complementares, segundo se baseiam na igualdade ou na diferença.



Nível grupal:

No estudo da comunicação educacional é importante analisar os fenómenos de grupo, no que toca às redes de comunicação e às propriedades da interpessoalidade.
As investigações de Leavitt (1965), sobre as redes de comunicação, conduziram a duas conclusões importantes:
- Os indivíduos estão mais satisfeitos quando formam parte de grupos cuja rede de comunicação, como o círculo, não atribui a qualquer indivíduo um papel central, ou seja, quando não há diferenciação de papéis;
- Os grupos são mais eficazes quando se constituem em redes centralizadas, como a estrela, onde a organização é mais estável e se diferencia um papel central.
Todavia, as conclusões de Leavitt foram postas em causa pelas investigações de Moscovici e Flaucheux (1973). Estes autores demonstram que:
- é a natureza da tarefa quem determina a escolha dos modelos da rede de comunicação e de organização de grupo;
- nas tarefas de natureza inventiva (mais complexa), os grupos que adoptem uma estrutura não centralizada obtêm melhores resultados e os membros sentem maior satisfação em aprontar o propósito comum.

Modelos construtivistas:
" O advento do computador nos trouxe, além da automação na fábrica e no escritório, novos padrões de complexidade, competitividade e mudanças constantes em todos os empreendimentos. A única maneira de não ficar soterrado por essa complexidade e pelas mudanças é através da aprendizagem constante e da resposta imediata (...). Aprender é responder de forma apropriada. É o terreno da Educação. Não a visão restrita da educação delimitada pela sala de aula, mas do conceito de que a aprendizagem ocorre não apenas no local geográfico chamado "escola" mas que é um estado da mente".
Surgem os ambientes virtuais de aprendizagem devido ao avanço das tecnologias de comunicação e informação. Assim, podemos prever um modelo educacional onde a sala de aula é remota, no qual vários recursos facilitam a interacção de professores e alunos. Alunos do mundo inteiro podem colaborar, expandir e construir conhecimento.

1 comentário:

Ângela disse...

Viva,
Tenho um pequeno reparo a esta tua abordagem... Ao longo do texto, fiquei um pouco perdida talvez devido a uma estrutura frásica um pouco confusa. bjs Ângela